Em menos de meia hora no bairro de Prenzlauer Berg, presenciei a seguinte cena: uma corrida de bicicleta às avessas. Demorou um pouco para eu entender o que estava acontecendo. Primeiro, por conta do meu parco conhecimento da língua alemã; depois, pelo fato de que tinha acabado de chegar em Berlim, jogado literalmente as malas no hotel e saído à procura de aventuras.
Devidamente instalada na mesinha da calçada de um restaurante tailandês simples, observei todo o processo: um alemão veio com um balde de tinta branca em direção a outro alemão que, com um megafone na mão, determinava, na ruazinha sem saída, onde o chão deveria ser pintado. Quatro faixas brancas no asfalto deram o ar de pista, que se consagrou como a de ciclismo depois que mais quatro alemães foram chegando com suas bicicletas.
Até aí, nada de mais. Só comecei a ficar intrigada quando foi dada a largada. O alemão do megafone parecia narrar a volta de definição do Tour de France, de tão entusiasmado que estava, e os competidores...nada de acelerarem. Pelo contrário, procuravam se deslocar o mínimo possível, sem pôr os pés no chão. Verdadeira prova de equilíbrio e de "dança ciclística" cujo ganhador seria aquele que atravessasse a linha de chegada... por último. Assisti a isso e pensei: "Estou em Prenzlauer Berg!"
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